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Unidade Classista

O punho cerrado erguido no ar é um símbolo utilizado para indicar resistência. Não é à toa que o ícone está estampado nas faixas, cartazes, camisetas e bandeiras da Unidade Classista, movimento de corrente sindical e operária fundado em novembro de 2012, com o objetivo de servir como instrumento de luta para os trabalhadores formalizados.

 

Ligada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), a Unidade Classista é filiada à Federação Sindical Mundial. Ela foi criada essencialmente para defender os direitos dos trabalhadores formalizados, embora também organize, em alguns momentos, a luta dos trabalhadores não formalizados. Um exemplo recente foi o apoio do movimento à paralisação nacional dos entregadores de aplicativos em junho de 2020. 

 

"Hoje como corrente sindical e popular, ela também tem feito a luta com movimentos populares. São lutas imediatas. São lutas imediatas para a classe trabalhadora.  Uma delas, uma das lutas que a Unidade Classista hoje faz, no momento, é a luta pela terra, é a luta por moradia", explica Mônica Lima, membro do movimento desde 2012. 

 

No Ceará, a Unidade Classista também organiza ocupações de terra. A primeira luta por moradia do movimento no Estado aconteceu no bairro Prefeito José Walter com a ocupação "Comuna 17 de abril". A luta por quinhentos hectares de terra começou em 2010 com apoio do MST. A ação, que beneficiou 1100 famílias, resultou no residencial Cidade Jardim I e II. 

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Ocupação

A luta mais recente começou em junho de 2020, na Ocupação Carlos Marighella, no Mondubim, com 85 famílias. Entre diversas tentativas de remoções, a comunidade conseguiu a desafetação de um terreno e desde janeiro realiza a transferência dos barracos para a nova área. Os moradores aguardam agora a construção das casas definitivas. 

"Entre as primeiras coisas que a gente faz quando entra pra fazer o acompanhamento de uma ocupação na luta por moradia, a primeira coisa que a gente faz, dentre elas, é saber se são famílias realmente necessitadas. Por quê? A unidade classista e a OPA (Organização Popular) só faz a luta por moradia para quem precisa, para quem tem necessidade, para quem não tem moradia, porque se a pessoa tem moradia, ela não pode estar naquele espaço", esclarece.

 

Mônica conta que o movimento popular, como coordenação da ocupação, organiza as famílias para resistir, construindo uma espécie de "escudo social". Dentro das comunidades, a Unidade Classista realiza diversas ações, buscando conscientizar os membros da ocupação sobre seus direitos como cidadãos e trabalhadores.

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"Nós acreditamos que a construção do poder popular vai libertar, vai emancipar e organizar a classe trabalhadora para lutar pelos seus direitos para que ela se emancipe, se liberte. O nosso fim, o nosso horizonte, que não é pra já, que virão depois da gente, mas o intuito é organizar o poder popular com o fim de organizar a classe trabalhadora, lutar pelos seus direitos, conquistar a sua liberdade e emancipação com o socialismo", completa.

Coordenação

A participação de outros movimentos populares dentro das comunidades também são analisadas pela coordenação do movimento, a fim de evitar que seja feito um uso indevido da imagem da ocupação. Nós buscamos fazer contato com todos os movimentos sociais que lutam por moradia digna, mas são movimentos sérios (...) para que não seja feito um uso indevido do nome da ocupação e nem tão pouco, principalmente, do uso das famílias para se promover. O que a gente faz é luta por direitos humanos, onde a moradia é um deles e todos os conjuntos de necessidades que acompanham, afirma Mônica.

 

Nas ocupações, todas as decisões são tomadas pelos moradores a partir da realização das assembleias. Nesses espaços, os membros dos movimentos e os próprios moradores lançam suas propostas e opiniões sobre tudo o que deve ser feito para garantir a permanência das famílias na ocupação. 

 

Tem que existir a coordenação da resistência para analisar. Toda vida que nós nos sentamos para conversar, as propostas são colocadas. Não há votações, a gente escuta todos. De movimentos ou não movimentos. Para fazer suas autocríticas e dar suas sugestões pra ver se todo mundo concorda ou discorda, explica Francisco de Assis, também membro da Unidade Classista. 

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